Baianos e turistas já podem entrar no clima do São João com a chegada da primeira edição da “Vila AfroJunina – Comidas que Contam Histórias”. Assinada pela Afrocentrados Conceito, no piso L2 do Shopping Bela Vista, a ação promete transformar o espaço da loja em uma vila temática de comidas típicas e bebidas artesanais, assinadas por criativos e empreendedoras negras. 4b662y
Para quem ama comida junina, bolo de paçoca, laranja e aipim, doce de jenipapo e amendoim coberto estarão disponíveis na Vila durante todo o mês de junho, com opções para consumo no local, compra imediata ou encomendas. A experiência gastronômica é de autoria das marcas Sabor com Amor, Cuscuz Odara, Doces Divinos da Mi, Oyá Doces Delícias e Docizin.
Responsável pela curadoria das expositoras na Vila, a fundadora da Afrocentrados Conceito e das iniciativas “Ayô Circuito AfroColab” e “Afrodonas”, Cynthia Paixão designou as operações de atendimento, vendas, divulgação profissional, e logístico e comercialização a cargo da Afrocentrados, permitindo que as expositoras foquem na produção e geração de renda.
“O que estamos criando é mais do que um ponto de venda. É um espaço que exalta as potências da culinária preta, das mãos que cozinham com memória, e da força do empreendedorismo feminino e comunitário. Nada melhor do que unir saberes tão importantes através de uma culinária que atravessa gerações. Nós, da equipe Afrocentrados, estamos muito orgulhosos com a chegada da nossa nova Vila!”, explica Cynthia.
Conheça as cinco empreendedoras participantes da “Vila AfroJunina”:
Cuscuz Odara
A Cuscuz Odara tem como missão resgatar e valorizar a alimentação ancestral por meio de cuscuz recheado de milho, além de oferecer cuscuz de tapioca e cuscuz de arroz, sempre preparados com cuidado, sabor e afeto. A proposta é levar ao cliente muito mais do que uma refeição: memória afetiva, cultura e aconchego em cada prato.
O empreendimento nasceu em 2020, em meio à pandemia, quando o desemprego levou a proprietária Dandara Bastos a transformar um desafio em oportunidade. Desde então, se dedica à gestão e à produção da empresa, cuidando de praticamente todas as áreas, muitas vezes com o apoio da mãe e da irmã.
Sabor com Amor
Rejane Sacramento é confeiteira desde os 15 anos, apaixonada por transformar sabores em memórias afetivas. Com mais de 20 anos de experiência, é professora de confeitaria e fundadora da marca Sabor com Amor, onde desenvolve receitas exclusivas e experiências gastronômicas inspiradas nas tradições da sua mãe e avó, resgatando histórias de família em cada preparo. Para este São João, Rejane traz releituras criativas dos sabores típicos juninos.
Doces Divinos da Mi
Michele de Jesus é uma mulher preta, periférica, mãe solo e empreendedora. É a CEO da Doces Divinos da Mi, que nasceu a partir de um momento desafiador, em 2014, quando foi desligada da empresa em que trabalhava e logo em seguida ficou grávida. O empreendedorismo sempre esteve com ela, pois já vendia outros produtos desde a adolescência e cresceu vendo a mãe vender lanches nas ruas quando ficou desempregada. Michele acredita que empreender é um ato político e um caminho para a independência financeira.
Docizin
Taiana Carvalho é uma mulher preta, mãe solo, confeiteira e criadora da Docizin. A confeitaria sempre fez parte da sua vida, cresceu encantada vendo a mãe e a avó transformarem ingredientes simples em verdadeiras delícias. Na pandemia, decidiu transformar esse amor em negócio. Assim nasceu a Docizin: uma confeitaria cheia de afeto, cor e sabor, especializada em bolos personalizados.
Oyá Doces Delícias
A Oyá Doces Delícias nasceu em agosto de 2015, com o desejo de conectar a ancestralidade à gastronomia contemporânea, a partir da criação de receitas, produção e comercialização de sequilhos artesanais com identidade ancestral. Marina Bonfim está à frente de um empreendimento familiar que reúne mulheres pretas de 30 a 69 anos, dando vida a um sonho coletivo.
A missão da empresa tem sido realizada na medida em que impacta a vida de mulheres pretas da periferia de Salvador, cercadas pelas múltiplas violências, através das Oficinas de Culinária Criativa, onde elas aprendem a fazer sequilhos, ao tempo que fortalecem sua autoestima e se conectam com suas ancestralidades.