De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil deve registrar cerca de 12 milhões de novos casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) por ano. As ISTs são infecções transmitidas através de relações sexuais e causadas por vírus, fungos, protozoários e bactérias. Gonorreia, clamídia, tricomoníase, sífilis, HPV (condiloma acuminado ou verruga genital), herpes genital, hepatite B e Aids (infecção pelo vírus HIV) são as mais comuns. 532s5o
Segundo a médica Gérsia Viana, especialista em Reprodução Humana e diretora do Centro de Medicina Reprodutiva (Cenafert), qualquer pessoa que tenha uma relação sexual sem proteção está exposta a ISTs. A médica adverte sobre o risco de complicações graves que podem ser causadas por essas infecções, como a gravidez nas trompas, o aborto e a infertilidade. “A infecção pelo HPV é a principal causa do câncer do colo do útero”, lembra a especialista. Os preservativos também são uma maneira de evitar gravidez indesejada, pois representam um método anticoncepcional seguro quando usados de forma adequada.
ISTs e infertlidadade
As ISTs podem causar danos no aparelho reprodutor nos dois sexos e levar à infertilidade. Nas mulheres, por exemplo, podem provocar obstrução das trompas, impedindo a gravidez pelo processo natural. Nos homens, a gonorreia e a clamídia são capazes de causar obstrução dos canais por onde transitam os espermatozoides – os condutos deferentes. “O uso do preservativo em todas as relações sexuais é a principal forma de prevenção”, explica a médica Gérsia Viana. A especialista ressalta ainda a importância do sexo com proteção para prevenir doenças que podem levar, dentre outras consequências, à infertilidade.
Além disso, as complicações causadas pelas ISTs também podem causar doenças neonatais, abortamento, gravidez ectópica (gravidez nas trompas), câncer de colo de útero e até mesmo a morte. Essas infecções, principalmente as que causam feridas, também aumentam o risco de transmissão do vírus da Aids.
É importante parar de ter relação sexual e buscar um médico imediatamente ao notar qualquer sintoma na região genital, como feridas, bolhas, verrugas, inchaço, secreção, mau cheiro, ardência ou coceira, dor pélvica ou mesmo dor no ato sexual. O parceiro deve ser informado para que faça uma avaliação médica também, e o tratamento deve ser realizado simultaneamente pelos parceiros. A maioria das ISTs tem cura, mas um dos agravantes dessas infecções é que muitas vezes elas não se manifestam. A pessoa pode estar infectada e ser um portador assintomático, tornando-se um transmissor cuja doença poderá evoluir até causar danos maiores. A especialista lembra ainda sobre a necessidade de realizar exames preventivos anuais.