O ativista brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, pode ser deportado de Israel até esta quinta-feira (12), segundo decisão divulgada na manhã desta quarta-feira (11) por Tribunal israelense após audiência com os ativistas da Flotilha da Liberdade presos em águas internacionais. O caso foi considerado crime de guerra pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil. 4w6b1n
Em protesto contra sua detenção, que considera um sequestro, Thiago iniciou uma greve de fome na noite de ontem (10), no horário de Brasília, até que seja libertado.
A decisão de deportar Thiago foi confirmada pela família do brasiliense, que tem contato com a defesa do ativista realizada pela organização Adalah, que defende os direitos humanos em Israel. Por enquanto, as autoridades israelenses não permitiram que a família conversasse pessoalmente com Thiago.
Thiago não foi deportado imediatamente, como a ambientalista sueca Greta Thunberg, por ter se negado a documento em que reconheceria que cometeu um crime ao tentar entrar em Israel sem autorização, informou a membro da Flotilha da Liberdade Brasil, Luciana Palhares. Ela também mantém contato com a defesa de Thiago em Temleh, cidade israelense onde ele foi encarcerado.
O brasileiro e outros 11 ativistas foram presos por Israel em águas internacionais enquanto tentavam levar alimentos e medicamentos para a Faixa de Gaza, que há mais de três meses sofre com um bloqueio israelense que impõe fome a quase 2 milhões de palestinos.
O governo brasileiro informou que acompanhou a audiência de Thiago no Tribunal e tem prestado assistência ao ativista brasileiro. Em nota publicada na noite de ontem, o Itamaraty condenou a interceptação da embarcação dos ativistas em águas internacionais. “Em flagrante transgressão ao direito internacional, o Brasil clama pela libertação de seu nacional e insta Israel a zelar pelo seu bem-estar e saúde”.
Crime de guerra
O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) publicou nota classificando a interceptação do navio Medeleine, da Flotilha da Liberdade, por Israel como um crime de guerra e pede ao governo brasileiro que suspenda as relações diplomáticas e comerciais com Tel Aviv.
“O CNDH entende que a interceptação de embarcação civil com finalidade exclusivamente humanitária, em águas internacionais, configura grave violação aos tratados internacionais ratificados pelo Estado de Israel, além de significar um crime de guerra em mais um episódio de impedimento à ajuda às vítimas de uma crise humanitária sem precedentes”, disse o CNDH.